Sintomas pós-covid: entenda por que eles aindam te afetam!

Mesmo com o fim da pandemia, a covid ainda é uma ameaça constante à saúde. Atualmente, depois de anos do início da crise e com milhões de pessoas que já tiveram a doença, vemos cada vez mais relatos de sintomas pós-covid.

Segundo estimativas da Fundação Oswaldo Cruz, aproximadamente 50% das pessoas que tiveram covid se queixam de sintomas que permanecem por bastante tempo em suas vidas, até um ano após desenvolverem a doença.

Conhecida como síndrome da covid longa, a condição é uma prova da seriedade e do risco que o novo coronavírus possui.

Nesse post, vamos explicar um pouco mais sobre esse quadro, quais os principais sintomas pós-covid, quem tem maior risco de sofrer com as sequelas e o que pode ser feito para recuperar a saúde. Aproveite a leitura!

O que é a síndrome da covid longa?

A covid longa é uma condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como doença, sendo uma das sequelas mais comuns para a infecção aguda provocada pelo novo coronavírus. Segundo pesquisas, metade dos pacientes que receberam o diagnóstico podem apresentar sintomas pós-covid.

Esse quadro afeta tanto a saúde física quanto mental, com queixas que variam de tosse persistente após covid até situações de depressão, fadiga e confusão mental.

De modo geral, são problemas que podem impactar bastante a rotina das pessoas e costumam durar muito tempo. De acordo com estudos realizados com pacientes entre 18 e 91 anos, os sintomas pós-covid continuaram por períodos de até 14 meses depois do diagnóstico inicial.

Quais são os principais sintomas pós-covid?

No total, foram constatados 23 sintomas pós-covid, que podem se manifestar de maneira recorrente e perdurar por mais de um ano depois do quadro de infecção aguda. Eles variam de problemas respiratórios, alterações nos níveis de energia, diminuição nos sentidos e transtornos mentais.

Entre as queixas mais comuns de sintomas pós-covid, temos:

• cansaço e dificuldade de fazer tarefas de rotina;
• tosse persistente;
• dificuldade respiratória;
• perda ou redução no olfato e paladar;
• dores de cabeça recorrentes;
• insônia;
• ansiedade e depressão;
• tontura;
• trombose;
• fibrose nos rins;
• fibrose nos pulmões;
• dificuldade de raciocínio, memória e concentração;
• dor e fraqueza muscular;
• problemas gastrointestinais recorrentes, como diarreias e cólicas;
• dificuldade de urinar;
• palpitação, hipertensão e dor no peito;
• queda de cabelo.

De modo geral, fadiga, alergias após covid e falta de ar após a covid estão entre as principais reclamações, com muitos pacientes apontando que tiveram menos fôlego para fazer suas atividades do dia a dia depois da infecção.

Distúrbios do sono, ansiedade e depressão foram citados por até 8% das pessoas entrevistadas. Vale destacar ainda que pessoas que já apresentavam condições como essas apontaram aumento na intensidade do quadro.

O mesmo pode ser constatado em pessoas que apresentam comorbidades diversas, como hipertensão e outros problemas cardiovasculares.

Por que algumas pessoas apresentam sintomas pós-covid?

Ainda é cedo para saber tudo que acontece no corpo depois da infecção provocada pelo coronavírus, mas muitos dos sintomas pós-covid podem ser resultado de uma espécie de ressaca do organismo, por conta de todo esforço necessário para combater o vírus e controlar o problema.

Sobretudo nas estruturas do sistema respiratório e imunidade, afetadas diretamente pela doença, podemos sentir os principais efeitos disso, seja pela sensação de cansaço extremo, perda de condicionamento, dificuldade respiratória ou mesmo a redução no olfato e paladar.

Da mesma forma, a imunidade enfraquecida pode justificar o surgimento de viroses e sintomas inflamatórios que surgem depois da covid.

Quem é mais afetado por sintomas pós-covid?

A pesquisa realizada no Brasil apontou que pacientes de diferentes faixas etárias apresentaram sintomas pós-covid. De modo geral, as condições consideradas de maior risco, que podem ser a causa dessas sequelas são a intensidade da infecção aguda de covid, a idade do paciente e a ocorrência de comorbidades.

Nesse contexto, é válido ressaltar que pacientes mais idosos citaram mais sintomas persistentes após a covid, o que pode ter relação com a dificuldade do organismo mais velho se recuperar depois de um quadro infeccioso tão intenso.

Pessoas que foram internadas por conta da covid também tiveram sequelas mais duradouras e significativas. Além disso, foram identificadas sete comorbidades que podem ter correlação com a severidade da doença, são elas:

• hipertensão arterial crônica;
• doença renal crônica;
• tabagismo;
• alcoolismo;
• diabetes;
• cardiopatias.

Em informações divulgadas pela Unicef, crianças e adolescentes também apresentaram sintomas pós-covid, mesmo que em intensidade mais leve do que a percebida em adultos.

Ao que tudo indica, a imunização contra a covid-19 pode ajudar também a reduzir esses efeitos.

De acordo com uma pesquisa britânica, com mais de 28 mil participantes, quem tomou a vacina, sobretudo a partir da segunda dose, teve redução nos sintomas pós-covid, tanto em intensidade quanto em relação à duração.

Como é feita a reabilitação dos sintomas pós-covid?

Não há muito como indicar o que pode ser feito para recuperar a saúde e bem-estar após sofrer com essa infecção. Depois que o período de isolamento se encerra, uma avaliação clínica é recomendada para medir o seu impacto no corpo.

Quando são constatados sintomas pós-covid, é possível que o médico indique tratamentos de acordo com cada caso. O mais importante é seguir com cuidado e buscando o aumento gradativo no ritmo de vida.

Aos poucos, é possível se recuperar, mas a melhor alternativa para lidar com esse tipo de problema é passar por uma consulta, realizar exames e entender a extensão real do quadro. Além disso, tomar todas as doses da vacina disponíveis para o seu perfil é uma forma de evitar novas manifestações.

Mesmo com o fim da pandemia, medidas como o uso de máscaras, higienização com álcool em gel e distanciamento físico ainda são incentivadas para evitar novas contaminações e minimizar o risco de sofrer com a covid longa.