Dengue tipo 3 volta a ocorrer no Brasil. Devo me preocupar?

Em 2023, o Brasil registrou novos casos da dengue tipo 3, sorotipo que não era catalogado desde 2008. Nesse sentido, é válido destacar que a ocorrência do sorotipo depois de um intervalo de 15 anos aumenta o risco de epidemias, reinfecções e, consequentemente, dos casos de dengue hemorrágica, forma mais agressiva da doença. ¹

Esse cenário se deve à ausência de anticorpos para o sorotipo 3 da dengue na maioria da população, o que aumenta as chances de contrair a infecção.  ¹

O retorno da variante foi constatado em casos nas regiões norte e sul, ainda no primeiro semestre de 2023. Na segunda metade do ano, já havia notificações em outras partes do país, inclusive no Sudeste. ¹

Nesse post, vamos explicar o que é a dengue tipo 3 e por que ela é tão preocupante. Além disso, você irá conferir quais são os sorotipos da doença, qual deles é mais forte e o que pode ser feito para combater os sintomas clássicos da infecção.

O que é a dengue tipo 3?

Conforme mencionado, a dengue tipo 3 é um dos sorotipos do vírus que causam a infecção. Cada um possui características genéticas específicas, o que provoca uma reação única do sistema imunológico. ²

Assim, mesmo que a doença e os sintomas sejam os mesmos, a imunidade adquirida pela criação de anticorpos não se transfere de um para outro. ²

Quais são os sorotipos de dengue?

Ao todo, o vírus da dengue se divide em quatro sorotipos diferentes, que são classificados da seguinte forma ³:

• DENV-1;

• DENV-2;

• DENV-3;

• DENV-4.

Quando uma pessoa contrai a doença, ela adquire imunidade por um período prolongado. Porém, apenas para o tipo de vírus responsável pela infecção. Por exemplo, uma pessoa com o sorotipo DENV-1 terá anticorpos contra a variante e não voltará a contrai-la. ³

No entanto, ela ainda pode ser infectada pelos outros sorotipos da dengue.  ³

Qual é o tipo de dengue mais forte?

Entre os sorotipos de dengue, não é possível afirmar que um seja mais forte que o outro. Apesar da diferença no código genético, todos têm a mesma chance de causar um quadro de dengue clássica na primeira infecção. Porém, quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez, ela pode sofrer um caso de dengue hemorrágica, que é mais grave. ³

Por que o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue é preocupante?

A preocupação com o retorno do sorotipo 3 da dengue é justificado pela ausência de anticorpos para esse tipo de vírus em meio à população em geral. Como a transmissão da doença é feita pelo mosquito Aedes aegypti ao picar um indivíduo com o vírus e depois uma pessoa saudável, a probabilidade de uma nova epidemia é maior nessas condições. ¹

Para quem nunca teve dengue, há maios chances de ocorrer um quadro de dengue clássica, que traz risco à saúde, mas é consideravelmente mais manejável. ²

Quem já foi infectado anteriormente e contrai a doença por um novo sorotipo pode desenvolver um quadro de dengue hemorrágica, que é bem mais severa. ²

Assim, podemos estabelecer dois principais alertas para o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue ¹:

1. devido à baixa presença de anticorpos para a dengue tipo 3 na população, há mais riscos de uma epidemia da doença;

2. a probabilidade de ocorrer febre hemorrágica por dengue é maior em uma segunda infecção pelo vírus, por conta de uma resposta mais agressiva do sistema imune para eliminar o patógeno.

Quais são os sintomas de dengue tipo 3?

Conforme mencionado, os sintomas da dengue tipo 3 seguem o quadro clássico da doença, podendo causar ³:

• febre acima de 39 ºC;

• dor no corpo e nas juntas;

• dor de cabeça e atrás dos olhos;

• fadiga extrema;

• perda de apetite;

• manchas avermelhadas.

O caso tem início repentino e costuma durar entre 3 e 7 dias. As primeiras 72 horas podem ser mais críticas, apresentando melhora gradativa depois dessa fase inicial da infecção. ²

Em quadros mais graves, incluindo casos de dengue hemorrágica, também podem ocorrer os seguintes sintomas ²:

• fortes dores no abdômen;

• vômito;

• acúmulo de líquidos;

• sangramentos nas mucosas, incluindo boca, nariz e sistema gastrointestinal.

Prevenção: ações de combate à dengue

A principal forma de combater a dengue é impedindo a transmissão. Para isso, é indicado tentar eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, que usa locais de água parada para depositar e desenvolver seus ovos. ³

Nesse contexto, é recomendado ³:

• manter reservatórios e caixas d’água sempre bem tampados, se possível com a adição de telas sob a cobertura principal;

• evitar jogar lixo em terrenos baldios;

• fazer o descarte correto de materiais recicláveis, como embalagens, frascos, pneus velhos e outros itens;

• manter garrafas guardadas ao ar livre de cabeça para baixo;

• colocar areia nos pratos sob vasos de plantas;

• usar repelente e medidas de proteção individual, em especial quando residir ou viajar para uma região com alto risco de transmissão.

Até o momento, não há uma vacina eficaz para prevenir a primeira infecção de dengue. A vacinação é mais indicada para evitar a contaminação pela segunda vez, feita com o imunizante CYD-TDV (Dengvaxia). ²

Como tratar a dengue tipo 3?

Não há tratamento específico para a dengue tipo 3 ou qualquer outro sorotipo da doença. Em geral, os cuidados servem para aliviar os sintomas e preservar o organismo, auxiliando o sistema imune na produção de anticorpos e combate ao patógeno. ²

De início, repouso, hidratação e uma alimentação nutritiva e leve são essenciais, pois evitam a desidratação e o enfraquecimento do organismo. ²

Para diminuir a febre e as dores no corpo, podem ser usados remédios antigripais com efeito antitérmico e analgésico, contendo dipirona ou paracetamol, por exemplo.  ²

Não é recomendado usar fármacos da classe dos anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno e ácido acetilsalicílico, pois eles aumentam o risco de sangramentos. ²

Dessa forma, você pode contar com a linha antigripal de Benegrip para diminuir o desconforto em casos de dengue. Na versão tradicional, os comprimidos contam com a dipirona, enquanto as versões Multi Dia e Noite são feitas com paracetamol. ⁴

Conclusão

A dengue tipo 3 é um sorotipo que há muito não era confirmado no Brasil. Foram cerca de 15 anos sem a sua circulação, fazendo com que a parcela da população com anticorpos específicos para a subclasse tenha diminuído.

O risco de uma nova epidemia de dengue, por conta desse ressurgimento, é alto e preocupante, principalmente por conta da ameaça de febre hemorrágica em casos de reinfecção.

Para evitar esse risco, é vital que todos façam a sua parte para eliminar os criadouros do mosquito transmissor.

Esperamos que o post tenha esclarecido suas dúvidas sobre o sorotipo 3 da dengue, bem como os sintomas, tratamentos e métodos preventivos mais indicados. Até a próxima!